A arte de fazer perguntas
Todos queremos e precisamos de respostas… a incerteza puxa-nos para o polo oposto. Queremos segurança, estabilidade, saber que o próximo passo vai ser dado em terra firme.
Queremos deitar a cabeça na almofada com a convicção de que acordamos para uma previsibilidade que nos conforta e traz paz.
Olhamos à volta e procuramos as nossas respostas. Olhamos para o outro esperamos compreensão (que nos compreendam, claro) mas acima de tudo compreender o outro porque quando essa missão é bem sucedida temos a ilusão de conseguir antever os passos das pessoas que nos rodeiam e isso traz a tal previsibilidade que nos conforta e cria sensação de paz.
Mas quando colocamos os pilares da nossa paz no que vem de fora, quando procuramos “resolver” a nossa vida com aquilo que está à nossa volta acabamos por mergulhar numa ilusão que mas entrelinhas nos oferece exactamente aquilo de que queremos fugir: instabilidade, insegurança, incerteza.
Nada existe de mais certo na vida do que a mudança. Nada é mais previsível num ser humano do que a impervisibilidade.
Como em tantas outras situações da vida em que a dor é a cura e o problema a solução, nesta também.
Construir segurança e estabilidade na nossa vida é um exercício que só pode ser bem concretizado se em vez de olharmos para fora à procura de respostas, fizermos exactamente o oposto.
Mergulhar-mos no nosso interior através da lente da dúvida e da questão. É a coragem de perguntar e por em causa que abre as portas à previsibilidade que nos conforta e traz paz.
O nosso interior assusta porque existem nele muitas camadas de perguntas, de questões e interrogações que tem de ser atravessadas até a resposta emergir.
Essa resposta está intimamente ligada com aquilo que somos na nossa essência e com a legitimidade de fazermos escolhas que vão construindo a vida que queremos. É aquilo que somos empoderado pelo nosso livre arbítrio que traz previsibilidade porque quando estamos alinhados com a nossa verdade mesmo que venha uma inesperada tempestade do exterior temos uma rota definida, sabemos onde queremos ir, onde devemos estar.
Não importa que não compreendamos as atitudes de alguém ou que a vida nos traga algo inesperado.
A nossa âncora está dentro de nós e a previsibilidade, o conforto e a paz é algo que ninguém nos pode tirar.
O desafio é desenvolver a arte e a coragem de perguntar.
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